quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Artigo: "Educação e Imaginário Social: revendo a escola"

Nilda Tevês Ferreira*
Marisa Faermann Eizirik**

São inúmeras as reflexões acerca da educação em geral e da escola em particular. Cientistas de diferentes áreas do conhecimento vêm aceitando o desafio de reconsiderar seus saberes e fazeres no avanço das ciências. Há como um consenso de que não existe uma metalinguagem geral, única, sob a qual todas as produções científicas devam ser traduzidas, transcritas e avaliadas. Após tantos anos de cientificismo, parece ter chegado o momento da desconfiança, das incertezas, das dúvidas diante de verdades instituídas. Saberes inquestionáveis, frutos de investigações empíricas elaboradas com bastante rigor, apontam agora para zonas sombrias. Descobre-se que o real e o ideal, o concreto e o abstrato, a matéria e as relações são conceitos instituídos socialmente e que neles está presente o modo de produção de seus sentidos. Olhares diversos constituem seus objetivos de conhecimento, e cada cientista sabe que seu olhar é apenas um dos possíveis olhares. Isso quer dizer que a complexidade está sempre presente na produção do conhecimento. Essa complexidade significa a possibilidade que um objeto ou sujeito tem de comportar muitos elementos, múltiplas interações. Os pressupostos positivistas e intelectualistas, em sua totalidade, esbarram com essa complexidade. Falar de complexidade é, pois, afastar os reducionismos da explicação simples e da causalidade. Isso serve também para as pesquisas na área da educação.


*Doutora em Educação e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ);
**Doutora em Educação e professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

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