terça-feira, 12 de março de 2013

Práticas de Ensino: Quando a Aula dá Errado? (SOS Professor)

Já parou para pensar em todas as vezes que você preparou as aulas, preocupou-se em pesquisar materiais, escolher um vídeo, um determinado mapa ou gráfico e quando esta aula foi ministrada tudo deu errado?
A ideia é que os alunos estivessem ávidos por aprender, mostrassem interesse e participassem da aula, mas nada disso aconteceu. Você encontrou alunos apáticos, desinteressados, ou então a grande maioria estava ocupada em ligar o celular, brincar com algum joguinho, ouvir música, trocar bilhetinhos, olhar pela janela, prestar atenção ao colega. Na verdade eles estavam muito "ocupados" para prestarem atenção na sua aula.
Mas, o que deu errado? Bem, temos de analisar qual é a estrutura de uma aula fadado ao fracasso para você conhecer o que precisa ser evitado na próxima vez que for prepará-la.

- Aula Nota 0: Elementos que fazem com que uma aula dê errado:
01. Jamais entre na sala de aula despreparado, ou com uma aula preparada no último minuto, saiba que é o maior descaso com os estudantes fazer isso;
02. A aula não é para você, por isso jamais seja "verborrágico", ou seja, não fique falando todo o tempo e só com termos difíceis do aluno entender;
03. Não use o tom de voz monótono, sem vibração ou calor. Talvez essa seja a sua 10ª Turma, e você já está entediado em abordar o mesmo assunto, porém os alunos captam essa vibração;
04. Jamais elabore aulas que não dêem espaço para os alunos interagirem, darem opiniões ou fazerem perguntas;
05. Não faça do Livro Didático a sua muleta, você pode, e deve, saber andar sem ele;
06. Nunca faça perguntas fechadas do tipo "Sim" ou "Não";
07. Jamais faça perguntas que dependam de voluntários para responder;
08. Evite distribuir o tempo em: Explicar, Fazer Exercícios e Correção (Esse é o Modelo Clássico da "Decoreba".

- Aula Nota 10: Elementos que fazem com que uma aula dê certo, é quando o Professor:
01. Elabora a aula adequando-a ao linguajar e expectativas do estudante;
02. Promove e estimula a interação dos estudantes com perguntas abertas e contextualizadas às vivências dos educandos;
03. Mostra paixão e vibração em suas aulas;
04. Diversifica as estratégias de ensino e sempre está testando novas práticas de ensino;
05. Traz o mundo para dentro da sala de aula por meio de jornais, debates, noticiários, músicas, assuntos polêmicos, assuntos inovadores, etc.
06. Faz com que o conhecimento da sala de aula tem sentido no mundo fora dela, para que os estudantes possam, assim, compreender o sentido de estarem aprendendo aquilo;
07. Tem sempre um plano "B" para quando o vídeo ou DVD não funcionar;
08. Mostra-se sempre criativo e proativo em todas as situações;
09. Tem senso de humor o bastante para rir de si mesmo e rir junto com os alunos;
10. Por meio de todas as suas aulas, tem a convicção de que entregaram algo realmente significativo e que vai tornar a vida daqueles jovens menos difícil.

Dê uma olhada no seu plano de aula de amanhã, levante a estrutura que você enquadrou essa aula, selecione os elementos que a compõe e faça os ajustes que achar necessário.

sexta-feira, 8 de março de 2013

À VOCÊ MULHER

" Bem aventurada a mulher que cuida do próprio perfil interior e exterior, porque a harmonia da pessoa faz mais bela a convivência humana.
Bem aventurada a mulher que, ao lado do homem, exercita a própria insubstituível responsabilidade na família, na sociedade, na história e no universo inteiro.
Bem aventurada a mulher chamada a transmitir e a guardar a vida de maneira humilde e grande. Bem aventurada quando nela e ao redor dela acolhe faz crescer e protege a vida.
Bem aventurada a mulher que põe a inteligência, a sensibilidade e a cultura a serviço dela, onde ela venha a ser diminuída ou deturpada.
Bem aventurada a mulher que se empenha em promover um mundo mais justo e mais humano. Bem aventurada a mulher que, em seu caminho, encontra Cristo: escuta-O, acolhe-O, segue-O, como tantas mulheres do evangelho, e se deixa iluminar por Ele na opção de vida.
Bem aventurada a mulher que, dia após dia, com pequenos gestos, com palavras e atenções que nascem do coração, traça sendas de esperança para a humanidade"

Feliz Dia Internacional da Mulher!!!
PPDT - CREDE 18

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Como Fazer a Avaliação Diagnóstica? (SOS Professor)

Início do ano, turma nova, enfim, como começar o trabalho com os estudantes?
Nem pense em iniciar o trabalho pedagógico partindo da premissa do que você ACHA que os alunos já sabem. É preciso investigar, avaliar, levantar o que de fato a turma já sabe e o que ainda ela não sabe.
O instrumento para fazer isso é realizar a Avaliação Diagnóstica, que tem o objetivo de verificar a presença e a ausência dos pré-requisitos de aprendizagem adquirido, ou não, na série anterior.
Não há modelo de Avaliação Diagnóstica, cada Professor, conforme sua disciplina e os pré-requisitos que precisam ser trazidos da série anterior, é quem elabora atividades que levantem o que o estudante sabe e o que ele ainda não aprendeu.

1) Quando e por quê realizar a Avaliação Diagnóstica?
- Realizada no início do curso, período letivo ou unidade de ensino;
- Tem a intenção de constatar se os estudantes apresentam ou não domínio dos pré-requisitos necessários (Conhecimentos e Habilidades) para novas aprendizagens, caracterização de eventuais problemas de aprendizagem e suas possíveis causas (Cognitivo);
- Função: Diagnosticar;
- Serve para identificar alunos apáticos, distraídos, desmotivados (Comportamento).

De posse dos resultados da avaliação diagnóstica será possível o Professor ajudar os estudantes das seguintes formas.
-Estimular o relacionamento entre os estudantes, através de jogos e atividades dinâmicas;
- Criar intervenções pedagógicas específicas que auxiliem o aluno a superar dificuldades;
- Criar rotinas que reforcem o comportamento positivo dos estudantes;
- Realizar mudanças no ambiente da sala de aula que favoreça o aprendizado;
- Adotar novas práticas de ensino que estimulem a participação da turma.

2) O que Avaliar? Levantar Pré-Requisitos da Série Anterior
Muitos Professores sempre enviam e-mail solicitando modelos prontos de Avaliação Diagnóstica. Creio que isso deve-se ao fato de que, para o Professor, não há clareza do que ele deve levantar neste tipo de avaliação.
Quando você conhece o que deve diagnosticar, basta você criar atividades pertinentes a sua disciplina, e isso é algo que você já está acostumado a fazer quando elabora as tarefas, as provas, as dinâmicas, os textos, os vídeos, enfim, quando você elabora a sua aula.
Você precisa ter claro que deve verificar os objetivos e metas a serem atingidos na série atual, e levantar quais são os pré-requisitos que o aluno já deve ter adquirido na série anterior.
Por motivos óbvios, não é possível fazer neste artigo, um detalhamento de todos os pré-requisitos para todas as disciplinas e séries, porém a título de ilustração, tomarei como exemplo um aluno que ingressa no 6º Ano, e que o Professor de Matemática precisa levantar se este aluno traz os pré-requisitos necessários para cursar o 6º Ano e atingir os objetivos estabelecidos para esta série.
- Situação: O Estudante está matriculado no 6º Ano (Verificar quais são os objetivos desta série no que refere-se à Matemática).
- Levantar quais são os pré-requisitos que esse aluno deve ter, em Matemática, ao chegar no 6º Ano.
- Exemplos de pré-requisitos que o estudante já deve trazer do 5º Ano em Matemática:

Operações Fundamentais
- Adição, subtração, multiplicação e divisão.
- Algoritmos das operações fundamentais.
- Utilização das operações fundamentais como ferramenta para a resolução de problematizações.
- Cálculo mental.

Frações
- Conceito e representações.
- Leitura e escrita.
- Comparação de frações.
- Frações discretas e contínuas.
- Cálculo de fração de quantidade.
- Frações equivalentes.
- Simplificação.
- Operações com frações.
- Resolução de problemas envolvendo frações.

Porcentagem e Gráficos
- Conceito de porcentagem a partir das frações decimais.
- Cálculo de porcentagem através de frações equivalentes.
- Resolução de problemas envolvendo cálculos de porcentagem.
- Desenvolvimento de procedimentos e estratégias para coleta de dados e informações em pesquisa de diversas naturezas.
- Construção de procedimentos de apresentação de dados coletados.
- Construção, leitura e interpretação de diferentes tipos de representações gráficas (Barra - Linha - Setores).

Geometria: Medidas, Formas e Construções Geométricas
- Conceitos: Ponto, Linha, Superfície, Vértice, Aresta, Ângulo.
- Linguagem geométrica.
- Polígonos.
- Triângulos e quadrilátero.
- Propriedades dos triângulos.
- Conceitos: Escalas e simetria.
- Construções geométricas com o auxílio do compasso e do transferidos.
- Ampliação e redução de figuras.
- Sólidos geométricos.

3) Como Avaliar? Instrumento de Avaliação
Existem diversos recursos e práticas de ensino disponíveis que podem ser utilizados no momento da Avaliação Diagnóstica. Idealmente, selecione mais de um dos instrumentos abaixo:
- Pré-teste;
- Auto-avaliação;
- Observação;
- Relatório;
- Prova;
- Questionário;
- Acompanhamento Personalizado;
- Discussão em grupo;
- Estudos de caso (Análise de estudos de casos com o objetivo de identificar como o aluno responde à avaliação);
- Fichas de Avaliação de problemas (Trabalhar com modelos de fichas de avaliação), etc.

A utilização dos instrumentos deve ser adequado ao contexto em que o professor se encontra. Por exemplo, aulas com muitos alunos inviabilizam a avaliação por observação ou acompanhamento, enquanto que disciplinas práticas possibilitam esses instrumentos de avaliação.
Não se surpreenda se, ao analisar os resultados levantados na Avaliação Diagnóstica você tenha de fazer ajustes no Planejamento. Afinal, quando o Planejamento é criado, o aluno ainda não foi avaliado, e, portanto, o Planejamento é elaborado com base em um estudante "ideal", e, portanto, é um Planejamento longe da realidade dos alunos, pois o Professor o elabora baseado em suposições e não em dados reais.
O fato é que, quando as aulas começam a situação mostra-se outra: alunos com defasagens de aprendizado, com dificuldades em determinados conteúdos, e sem os pré-requisitos necessários para cursar aquela série.
E antes que você reclame que realizar a Avaliação Diagnóstica é uma "perda" de tempo porque você tem que "dar conta" do Planejamento até o final do ano, já lhe aviso: o objetivo maior que você deve cumprir é criar todas as condições para que todos os alunos adquiram as competências necessários de aprendizado e não apenas para cumprir o Planejamento.
Por isso mãos à obra: Comece o Planejamento pela Avaliação Diagnóstica. Já diz o ditado "Se você falha em não planejar, você com certeza, já planeja falhar".

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Avaliação Diagnóstica, Formativa e Somativa (SOS Professor)

O ano letivo começou, e então você já deve estar pensando, "começa tudo de novo e terei os mesmos problemas que tive no ano anterior". Bem, se essa é a sua atual visão das coisas, queremos lembrar que a definição de loucura é "fazer tudo do mesmo jeito e esperar que o resultado saía diferente". Assim sendo, se você fizer exatamente o que fez no ano passado, certamente colherá os mesmo resultados ao longo deste novo ano.
Ocorreram problemas de indisciplina? Baixo aprendizado? Se a resposta foi SIM para uma das perguntas ou para ambas então você precisa repensar a sua prática atual! E a melhor maneira de fazer isso é perguntar-se: "Como os meus alunos estão chegando? Quem são eles? O que eles já sabem? O que precisam aprender? Como eles poderão aprender melhor?".
Lembre-se que o Planejamento não é sobre você ou suas necessidades. Quem dita o que e o como, são os estudantes. São as necessidades DELES que precisam ser atendidas. Para isso é preciso investigar e encontrar as respostas para as perguntas que foram feitas anteriormente (Lembrem-se das Aulas de Formação para Cidadania: Diagnóstico e Construção).
A ferramenta que você usará para responder à essas perguntas é realizando a Avaliação Diagnóstica. Não importa a matéria que você leciona ou o grau de ensino. Quer seja no Infantil, Fundamental I e II, Médio, Técnico ou EJA, a Avaliação Diagnóstica presta-se ao mesmo objetivo: Diagnosticar, Verificar e Levantar os pontos a melhorar e fortes dos estudantes em determinada área de conhecimento.
É importante frisar que, infelizmente, muitos Professores utilizam apenas prova escrita para a realização desta avaliação. Quando na verdade existem mil e uma maneiras de realizar este levantamento de forma que os resultados sejam mais verdadeiras que aqueles levantados em uma mera prova escrita.
Esta avaliação não se restringe apenas ao início do ano letivo, porém deve ser usada ao longo do processo de aprendizado, para isso lance mão de dinâmicas, jogos, debates, apresentações, vídeos, produções musicais, construção de maquetes, resolução de problemas, brincadeiras, criação de blogs, fórum, etc..
Quando utilizada no início do ano letivo a Avaliação Diagnóstica fornece dados para que o Planejamento seja ajustado e contemple intervenções para retomada de conteúdos ou realização de encaminhamentos para reforço escolar, e até mesmo para Especialistas (Psicólogo, Fonoaudiólogo, Psicopedagogo), e quando feita ao longo do ano possibilita que tanto o aluno quanto o Professor possam refletir sobre a utilização de novas estratégias de aprendizado.
Jamais os dados da avaliação devem ser usados para classificar ou rotular o estudante em "aluno bom" ou "aluno ruim". O Professor deve ter em mente que a avaliação oferece um momento de aprendizado para ambos, professor e estudante. Enquanto Professor é possível verificar quais estratégias estão ou não funcionando, além de ser possível constatar quais hipóteses os alunos estão levantando na internalização e construção de determinado conceito.
Já para o aluno, com o devido feedback do professor, torna possível a compreensão e mensuração do conhecimento adquirido e quais hipóteses são verdadeiras ou falsas, para que o aluno possa descartar as falsas hipóteses e fique focado naquelas que o levarão ao aprendizado do conceito estudado. O feedback do professor lança a luz, clareando os chamados "pontos cegos" em que o estudante se encontra tornando possível, assim, o avanço para a etapa seguinte do processo.
Nesta etapa a Avaliação inicialmente Diagnóstica, evolui para uma Avaliação Formativa, onde o processo de descoberta que induz a novas elaborações de aprendizado, sempre mediadas pelo professor, é o que de fato importa e conta.
A Avaliação Formativa é o tipo de Avaliação que deveria prevalecer dentro das Escolas, por ser mais justo e atender de fato às necessidade dos estudantes. Infelizmente, o que vemos é o uso da Avaliação Somativa, cujo único objetivo é meramente alcançar determinada nota "passar" de ano, os estudantes são rotulados pelas notas que alcançam e não são auxiliados onde de fato precisam de ajuda.
Por isso, antes de chegar "ditando" o que você irá ensinar, comece em "perguntando" o que os estudantes já sabem para levantar o que eles de fato "precisam" aprender.

Bibliografia Sugerida:
HOFFMANN, Jussara. Avaliação Mediadora: Uma prática em construção da Pré-escola à Universidade. Porto Alegre-RS. Educação e Realidade. 1993.
LUCKESI, Cipriano. Verificação ou Avaliação: O que prática a escola? A construção do projeto de ensino e avaliação, nº 8, São Paulo. FDE. 1990.
WERNECK, Hamilton. Se você finge que ensina, eu finjo que aprendo. Vozes. Petrópolis. 1994.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Volta às Aulas - Integração dos Estudantes (SOS Professor)

O ano letivo já começou em algumas escolas. O fato é que o mês de Fevereiro é focado em dois grandes objetivos: Integração dos Estudantes e Avaliação Diagnóstica. Neste artigo vamos nos ater ao primeiro objetivo: Integração dos Estudantes.
As crianças e jovens, ficam muito apreensivos no retorno das aulas, pois há um sem número de situações que terão que enfrentar, é um misto de expectativas boas e ao mesmo tempo um medo do desconhecido, afinal são novos Professores, novos amigos, nova escola, como serão recebidos? Será que vão gostar? Inquietações estas que o Professor deve estar atento na volta às aulas.
Por isso, nem pense em já ir entrando na sala de aula enchendo o quadro de tarefas, pedindo trabalhos, marcando provas, cobrando isso, cobrando aquilo, enfim, você já será visto como o "chato da hora".
Lembre-se, as crianças e jovens, precisam inicialmente de um certo espaço para se expressarem, interagirem, conhecerem o "novo território", conhecer você, os novos amigos, a nova escola. Afinal, eles ficaram praticamente quase dois meses de férias, fazendo um sem número de coisas e agora querem compartilhar, precisam disso. Então use esta necessidade de compartilhar ao seu favor, aproveitando para fazer com que todos possam se conhecer melhor e já criar laços de amizade.
Aqui vão algumas dicas simples, separadas por estágios:

- Ensino Infantil:
Crianças pequenas choram no primeiro dia de aula, porém o período de adaptação pode durar até uma semana. A mãe fica apreensiva e quer entrar junto, ou muitas vezes acaba levando a criança embora no dia seguinte a criança chora para não ir para a escola e a mãe ceda não levando. Isso faz com que a criança demore muito mais a se ambientar. Para evitar que esse período se alongue além do necessário, é preciso que o Professor e os funcionários de Apoio estejam devidamente orientados a entreter as crianças com muito jogos e brincadeiras coletivas, afinal nenhuma criança resiste a hora de brincar. Caso a mãe entre na sala de aula no primeiro dia, deixe-a instruída a incentivar a criança a brincar com os coleguinhas, jamais deixá-la todo o tempo no colo, pois isso a impede de interagir mais livremente com os novos amigos e com os brinquedos, e levar a criança para a escola TODOS os dias.

- Ensino Fundamental:
Tanto no Fundamental I quanto no Fundamental II as crianças e jovens esperam que os amigos venham chamá-la para brincar ou conversar. Os mais "descolados" tomam a iniciativa até porque já conhecem quase todo mundo, porém aqueles estudantes que vieram de outras escolas sentem-se deslocados, apreensivos e inseguros de abordar esse monte de "estranhos". Ao Professor cabe a tarefa de criar várias atividades, sempre coletivas, em forma de gincanas, desafios, jogos, brincadeiras, para "quebrar o gelo" do grupo.
Outro modo muito eficaz é selecionar dois estudantes, para serem os guias desses novos alunos dentro do ambiente escolar, ficando assim incumbidos de mostrar onde é cantina, os banheiros, o laboratório, enfim todas as dependências da escola, além de ajudar a enturmá-lo no grupo. Assim, cada dois estudantes veteranos ficam incumbidos de aluno novo durante um dia, depois faz-se o revezamento passando esse estudante novo, para outra dupla de veteranos, até que os alunos novos tenham ficado com todos os veteranos.

- Ensino Médio:
Já no Ensino Médio os estudantes nesta fase precisam passar a mensagem de "força moral" e "independência". Para o grupo então aqui será preciso que o Professor use de sensibilidade e sutileza para integrar os estudantes novos, pois há uma grande resistência em não permitir "gente estranha" no grupo. Para quebrar esse "iceberg", levante em um bate papo ou crie uma atividade em forma de brincadeira, onde cada um tenha que falar das coisas que mais gostam de fazer, assim você terá muitas informações rapidamente para criar um projeto coletivo onde todos tenham que participar e apresentar antes da aula terminar. Exemplo: Criar uma música, fazer uma imitação, criar um traje engraçado, fazer uma performance em grupo. Você, também, pode utilizar a estratégia citada acima de usar os estudantes veteranos como guias para ajudar a enturmar os novatos.

- Educação de Jovens e Adultos - EJA:
O público de EJA, tem suas peculiaridade, pois já é um público adulto, que trabalha, muitos já são casados, tem filhos, família para alimentar e contas para pagar, geralmente reservam o período noturno para estudar, pois trabalham durante o dia. Assim, a abordagem de interação precisa levar isso em conta. Por isso, investigue em um bate papo ou por meio de uma atividade de "quebra gelo", para que esses estudantes falem mais sobre sua história, seus sonhos, e suas dificuldades enfrentadas no dia a dia. Desse modo, todos acabam se "vendo" nas histórias do outros e isso possibilita a criação de um elo de camaradagem, amizade e cumplicidade.
Outra estratégia é, o grupo criar um portfólio sobre os sonhos e projetos de vida que almejam alcançar, e juntos discutirem como isso pode ser atingido (A aplicação do Projeto Professor Diretor de Turma em todos os níveis de educação, na perspectiva de construir a Biografia dos estudantes com suas respectivas metas, caso não as tenham incentive-os a fazer). Ao realizar esta atividade todos começam a se sentir participantes do sonho do colega e isso os une bastante, pois acabam compartilhando ao longo do ano todas as vitórias e derrotas.
Todos esses cuidados e esse olhar sensível no momento de planejar atividades de integração, mostra aos estudantes o tipo de Professor que você é. E isso é também um exercício para que você também seja integrado ao grupo. Como os estudantes verão o Professor durante todo o ano e, talvez, durante toda a vida, vai depender muito do tipo de abordagem que você terá nessas primeiras semanas de aula.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Semana Pedagógica (SOS Professor)

Semana Pedagógica

De fato o ano letivo começa quando inicia a Semana Pedagógica dentro da Escola. Infelizmente muitas não sabem verdadeiramente o que fazer na Semana Pedagógica e outras utilizam este precioso tempo apenas para ficar discutindo longos textos, realizando dinâmicas de motivação, um oba-oba que não acrescente nada de concreto ao trabalho que deverá ser realizado ao longo do ano.
Mas, o que é a Semana Pedagógica? Por que ela é importante? Por que a Escola DEVE realizá-la? Objetivamente falando a Semana Pedagógica é um momento de analisar o que deu e o que não deu certo, ajustar e corrigir o rumo do que deu errado, planejar novas ações para fazer mais do certo e menos do errado, implementar as ações, ou popularmente falando: arregaçar as mangas e fazer acontecer.
Geralmente esta Semana Pedagógica ocorre no mês de Janeiro ou início de Fevereiro, logo que os Professores retornam do recesso. Em algumas Escolas ocorrem em 5 dias, outras em 7 a 10 dias. O fato é: não importa se você tem mais ou menos tempo, o que importa é que há assuntos ou temas importantes que não podem deixar de ser discutidos nesse período.

Pauta/Temas da Semana Pedagógica
  1. Integração dos Professores novos com todos membros da Equipe (Apoio, Administrativo, etc), bem como o esclarecimento das metas da escola a serem atingida nesse novo ano.
  2. Análise dos dados do ano anterior (Aprovação/Reprovação/Por Sala/Turma/Índices: IDEB-SPAECE-ENEM/Vestibulares).
  3. Ajustes no Projeto Político Pedagógico - PPP com avaliação e monitoramento das metas estabelecidas.
  4. Desafios enfrentados no ano anterior, com definição de ações/soluções para o novo ano.
  5. Calendário Escolar e estabelecimento da Rotina Escolar.
  6. Passagem da turma para o novo Professor (Informar as necessidades a serem trabalhadas e progressos já alcançados).
  7. Planejamento Geral (Plano de Ensino/Projetos/Reforço/Avaliação/Alunos com Necessidades Especiais).
  8. Formação Continuada: Como ela ocorrerá durante o ano?
  9. Avaliação Institucional e da Equipe: Informar como ela ocorrerá.
Materiais Necessários:
  1. Quadros com índices de aproveitamento por sala/turma.
  2. Quadro de Horário das Aulas.
  3. Calendário Escolar.
  4. PPP.
  5. Proposta Curricular.
  6. Planos de Ensino.
  7. Projetos/Programas que escola aderiu (Projeto Professor Diretor de Turma - Projeto Jovem de Futuro - Reorganização Curricular do Ensino Médio - Ensino Médio Noturno dentre outros).
Lembre-se a Semana Pedagógica começa no início do ano letivo, porém só termina quando o ano letivo se encerra. Encare da seguinte forma, o PPP é a bússola que norteará todo o trabalho desenvolvido no ano, e a Semana Pedagógica fornece o grande "itinerário", dessa jornada. Por esta razão é de extrema importância logo no início do ano mostrar a toda a Equipe, o resultado, em números, do trabalho que eles estão desempenhando na Escola. Só assim ficará claro que se o resultados apresentados ainda não são satisfatórios, significa que a Equipe terá que fazer melhor neste novo ano, ou seja, fazer diferente do que estão fazendo até então, e para isso será necessário implantar novas ações, dar importância a capacitação que deve ser constante e fazer parte da rotina da Escola.
Caberá ao Coordenador, juntamente com os demais envolvidos na Equipe Estratégica (Núcleo Gestor) elaborar um Programa de Educação Continuada para todos os membros da Equipe, juntamente com a representação da Secretaria de Educação (Estadual ou Municipal), pois é a capacitação dos envolvidos que garantirá que as metas estabelecidas no PPP e compartilhadas na Semana Pedagógica sejam alcançadas.
A Semana Pedagógica tem seus objetivos atingidos quando todos saem dela sabendo que a "sua" parte compõe o "todo", e que se esse "todo" está "doente" e caminha de modo ineficiente, então cada um deverá mudar. Ficar do mesmo tamanho também já não será mais uma opção, todos deverão crescer, aprimorar-se, fazer o melhor e sair em busca de mais.
Agora você decide: ou fica do mesmo jeito e continua contribuindo para deixar a Escola "doente", ou aceita o desafio de mudar e trazer possíveis saídas. Então, o que vai ser?



quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

A Sala de Aula no Contexto da Educação do Século 21 (Márcia Marques de Morais)


Professora do curso de Letras da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG) – Coração Eucarístico. E-mail:mmorais@pucminas.br


Apresentação

Em que medida a linguagem poderia ter um papel estratégico diante dos desafios que devem ser enfrentados pela educação, personificada na figura do professor, na sala de aula? Para a autora, sua função é significativa, considerando, no mínimo, duas vertentes em que a linguagem, em sentido lato, e a linguagem verbal, em sentido estrito, conformam os saberes, no sentido não só de referenciá-los, expressá-los, representá-los ou comunicá-los. A primeira vertente é que, como código verbal, a linguagem é instrumento de produção de sentidos, concretizados tanto em textos escritos quanto no registro oral. A segunda vertente, a da recepção de sentido, menos tecnicamente chamada leitura, é também ela, estratégica, diante dos desafios do aprender.
Ler é multiplicar pontos de vista; ler é distinguir no texto, como dispersão de sujeitos e orquestração de vozes, a diversidade que caracteriza a realidade; ler é potencializar habilidades diversas e, sobretudo, aquela de transferir e associar, indispensáveis ao próprio aprender. Isso tudo dito de modo teórico, muito técnico.
A autora aponta, ainda, como intensa e profunda marca da educação do século 21, a formação humanista,
[...] a grande responsável pelo cidadão comprometido com o outro e empenhado em atuar socialmente. São as humanidades saberes fundadores de toda e qualquer transformação; proporcionam as humanidades pressupostos a quaisquer outras ciências, de tal modo que, só tocados pelas ciências humanas é que nos é possível o movimento de verticalização mais justo e seguro, na busca de outros saberes e no intérmino e contínuo processo de aprender.

Oroslinda Taranto Goulart
Diretora de Tratamento e Disseminação de Informações Educacionais


SUMÁRIO

A Sala de Aula no Contexto da Educação do Século 21

EDUCAÇÃO EM TEMPOS E ESPAÇOS OUTROS 
ENSINAR E APRENDER – UM PERMANENTE DIÁLOGO
APRENDER A APRENDER – ALICERCE DO PROCESSO EDUCATIVO
LINGUAGEM E APRENDIZAGEM – RIMA QUE PODE SER SOLUÇÃO 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 




Por uma Sociedade Educadora (Eliezer Pacheco - MEC)

Apresentação

Ao longo de dezesseis anos, a cidade de Porto Alegre (RS) viveu a experiência de implantação de um estilo de administração popular que privilegiou a radicalização da democracia, o desenvolvimento tecnológico e o combate à exclusão social. O projeto político-pedagógico para a educação, em coerência com esses eixos, buscou traduzi-los em políticas educacionais capazes de responder aos desafios aí propostos. Sua perspectiva era de que a educação não ocorre apenas nos espaços de educação formal, mas resulta das experiências vivenciadas em todos os espaços da cidade pela ação do conjunto das organizações, governamentais ou não. Isso se traduziu no conceito de Cidade Educadora, na qual o poder público e a sociedade exercem, articuladamente, sua função educadora visando à construção de uma cultura fundada na solidariedade entre indivíduos, povos e nações. Trata-se de de uma educação vinculada a um Projeto Democrático e Popular, comprometido com a emancipação dos setores explorados da sociedade, na perspectiva de uma Educação Popular que assimila e supera os princípios e conceitos da escola cidadã. Mais do que isso, a Cidade Educadora educa a própria escola e é educada por ela, que passa a assumir um papel mais amplo na superação da violência social. Os projetos estão especialmente articulados com o conjunto de organismos governamentais e sociedade civil organizada, estabelecendo uma relação dialética em que todos são educadores e educandos. “Escola Cidadã”, “Cidade Educadora”, “Participação Popular” são partes inseparáveis de um projeto pedagógico progressista e contemporâneo. O autor, Eliezer Pacheco, foi secretário municipal de Educação de Porto Alegre e vivenciou o processo de implantação do Projeto “Porto Alegre, Cidade Educadora”. No texto a seguir ele mostra que o conteúdo do trabalho desenvolvido nessa perspectiva afirma a capacidade que tem o gestor público, em uma estrutura de Estado controlada socialmente, de administrar e transformar a educação em um instrumento a serviço da inclusão e da radicalização democrática.

Oroslinda Maria Taranto Goulart
Diretora de Tratamento e Disseminação de Informações Educacionais


SUMÁRIO

Por uma Sociedade Educadora

A CIDADE EDUCANDO A ESCOLA
A QUESTÃO DA CIDADANIA
EDUCAÇÃO E PROJETO POLÍTICO
A ESCOLA E A COMUNIDADE 
PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO E HEGEMONIA
AS ASSESSORIAS PEDAGÓGICAS
APRENDIZAGEM PARA ALÉM DA ESCOLA